5 Erros que estão fazendo seu restaurante perder dinheiro na hora de comprar insumos.
Administrar um restaurante vai muito além de cozinhar bem ou ter um salão cheio. A verdadeira saúde financeira de um negócio no food service começa nos bastidores, especialmente na forma como você compra seus insumos.
Esse é um ponto que parece simples, mas nele moram as maiores perdas financeiras da cozinha.
O curioso é que muitos donos de restaurante se esforçam para vender mais, atrair clientes, investir em marketing e melhorar o atendimento… E acabam se esquecendo de que talvez o dinheiro de que precisam esteja sendo perdido silenciosamente dentro da despensa, da geladeira ou no caminhão do fornecedor.
Entenda como economizar em compras de restaurante e comece hoje mesmo.
Falta de planejamento na reposição: o restaurante operando no susto
Se o seu restaurante faz pedidos de insumos com base no que “parece estar acabando”, ou se você só se dá conta de que faltou um ingrediente quando o cliente já está esperando o prato, saiba que esse tipo de compra emergencial é um dos maiores causadores de prejuízos invisíveis.
Se você não faz o controle do consumo dos últimos dias, não analisa o estoque com antecedência e só percebe que acabou quando a entrega do fornecedor não é mais possível, a solução acaba sendo comprar de um atacado ou de um fornecedor de emergência.
Resultado: perdas financeiras na cozinha e cliente insatisfeito.
Tudo isso porque não houve um planejamento de reposição para entender o comportamento da demanda e trabalhar com margens de segurança para itens mais estratégicos.
Você pode usar uma planilha simples ou um sistema de gestão mais completo. O importante é registrar o que entra, o que sai, o que sobra e o que vence.
Em pouco tempo, terá previsibilidade e controle de estoque no restaurante.
Comprar por impulso ou excesso
Um dos erros na compra de insumos que são mais comuns e, ao mesmo tempo, mais prejudiciais na gestão de um restaurante é deixar que a emoção guie as decisões.
Muitas vezes, diante de uma promoção tentadora ou da sensação de que é melhor “garantir antes que acabe”, acabamos comprando mais do que deveríamos. Só que, ao contrário do que parece, isso não é economia, é prejuízo disfarçado.
Quando a compra não é baseada no planejamento da operação, mas sim em impulsos, os impactos começam a aparecer em vários setores.
Um dos mais afetados é o fluxo de caixa. Todo produto comprado em excesso representa dinheiro parado e falta de controle de estoque no restaurante.
E esse capital poderia estar sendo utilizado de forma muito mais estratégica em áreas fundamentais do negócio: pagamento da equipe, contas fixas que não param de chegar, manutenção dos equipamentos que garantem a qualidade do serviço, ou até mesmo em ações de marketing que poderiam atrair mais clientes para dentro do salão.
Antes de se deixar levar por aquela oferta imperdível, pare e reflita. Faça perguntas simples, que podem evitar dores de cabeça lá na frente e te guiarão para aprender como economizar em compras de restaurante:
– Esse produto realmente tem saída no meu cardápio? Ou vai acabar encalhado, ocupando espaço e expirando na prateleira?
– Estou correndo o risco de perder parte da mercadoria por falta de refrigeração adequada ou más condições de estocagem?
– A validade do item me permite usá-lo dentro do tempo necessário, sem que haja perdas?
– Essa compra cabe no meu orçamento atual? Estou sacrificando a saúde financeira do meu restaurante por algo que não é prioridade agora?
Comprar bem é ter clareza do que se precisa, no tempo certo e na quantidade ideal. É entender que cada decisão de compra impacta diretamente na rentabilidade da operação. E que, num mercado tão competitivo como o de food service, não há espaço para desperdícios nem para improvisos. Isso garante a sustentabilidade e o crescimento do seu restaurante.
Negociar mal com fornecedores
Um erro clássico, especialmente entre restaurantes que têm relação antiga com os mesmos fornecedores, é presumir que o preço recebido é sempre o melhor.
A verdade é que o mercado de insumos alimentares é altamente volátil, com variações semanais nos preços de proteína, hortifrúti, laticínios, embutidos e até mesmo de embalagens.
Não revisar cotações ou não negociar com regularidade pode significar perdas mensais significativas, que muitas vezes passam despercebidas.
A boa negociação vai além do preço por quilo. Ela inclui prazo de pagamento mais confortável e previsão de entregas programadas, o que contribui para evitar a falta de insumo, realizar trocas rápidas em caso de produto com defeito, possibilitar condições exclusivas por fidelidade e redução de preço por volume acumulado, não apenas por pedido individual.
Não tenha medo de negociar e de fazer pesquisa. Às vezes, seu fornecedor atual até pode cobrir o preço da concorrência, se souber que você está atento.
Falta de controle de giro de estoque
Você sabe quais produtos do seu estoque estão encalhados? Quais têm giro rápido? Quais foram descartados no mês passado por vencimento ou deterioração?
Se você não sabe responder essas perguntas com rapidez, provavelmente está perdendo dinheiro com desperdício invisível.
O giro de estoque é o tempo que um item leva desde a compra até o consumo. Se esse tempo está alto, significa que o produto está parado, ocupando espaço, correndo risco de estragar e dificultando o trabalho da equipe.
E o pior: você pode estar comprando mais, sem necessidade.
O controle de giro exige registro claro da entrada e saída de produtos, além de inventários frequentes (semanal, quinzenal ou mensal), indicadores de validade e lote, bem como rastreabilidade (saber quando e por que o produto entrou).
Girar bem o estoque é gerar lucro silencioso. O que não gira, enferruja o seu caixa.
Comprar apenas pelo menor preço
É comum que restaurantes, principalmente os de pequeno e médio porte, se deixem levar pelo fator mais direto e visível de uma compra: o preço. Mas nem sempre o menor preço é a melhor escolha.
Produtos muito baratos costumam ter problemas de rendimento, sabor, textura, conservação ou padronização. O impacto disso no seu restaurante pode ser enorme, não só na cozinha, mas no cliente.
Outro ponto: fornecedores que praticam preços muito baixos geralmente não oferecem o essencial:
- Boa logística (entregas atrasam);
- Suporte em caso de erro no pedido;
- Estabilidade de qualidade no produto;
- Condições comerciais equilibradas.
Comprar apenas pelo preço mais baixo abre margem para você perder tempo, estoque e imagem da marca. O melhor fornecedor não é o mais barato, é o que entrega valor de verdade: preço justo, constância, parceria e respeito ao seu negócio.
A forma como você compra insumos define o rumo financeiro do seu restaurante.
É preciso mudar a mentalidade: a compra não é uma tarefa operacional. É uma decisão estratégica. Ela precisa ser tratada com o mesmo cuidado que você dá ao atendimento, ao preparo dos pratos e à experiência do cliente.
Corrigir esses erros na compra de insumos não exige grandes investimentos e ainda evita muitas perdas financeiras na cozinha.
Você está pronto para pôr em prática essas estratégias de como economizar em compras de restaurante?